quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O Dia do Assalto

O assalto ocorreu em 18 de outubro de 2004, naquela segunda-feira o banco abriu as portas como de costume e tudo corria bem, até que eu percebi dois homens desconhecidos conversando com a secretária estagiária, indagando qual o procedimento para troca de cheque, ao que a secretária informou, eles se retiraram da agência. Assim que os homens saíram perguntei a mesma, se ela os conhecia, respondendo negativamente, relatei que a situação me fizera recordar de um assalto ocorrido em 1998, em que dois homens vieram até o caixa em que eu atendia, fazendo perguntas a respeito de poupança, enquanto um deles interrogava e eu respondia que a agência era somente para servidores da Instituição de Ensino Federal, onde o banco funcionava, o outro observava o interior da mesma e em um tempo depois, no mesmo dia, realizaram o assalto, onde permaneci deitada no chão com arma apontada em direção a minha cabeça; por isso é que a sena chamou-me a atenção e a partir de então, falei aos colegas e pedi ao segurança terceirizado que prestava serviço na agência, que ficasse atento diante da situação. Foi aí que em torno de 12:45 h, ocorreu o assalto, onde outros dois homens, não os mesmos que abordaram a secretária, entraram, o primeiro passou pela porta automática armado, informando o assalto olhou nos meus olhos, mirando a arma em minha direção, gritando muito alto para que o segurança liberasse a porta ao outro assaltante, que usava capacete e estava com arma de fogo nas mãos, preso na porta giratória; o segurança foi rendido e teve sua arma retirada do cinto, liberou a porta e deitou-se no chão, momento em que todos nós que estávamos dentro da agência, tanto clientes do caixa como funcionários, já deitados no chão, ouvíamos os gritos estridentes e ameaças assustadoras proferidas pelo primeiro que entrou, que até a dona da farmácia em frente ao banco ouviu a gritaria, ficando apreensiva; assim que o segundo assaltante entrou, pulou o balcão do caixa e ordenou que eu levantasse e colocasse o dinheiro no malote, então pedi que pelo amor a Deus, tivesse cuidado com a arma que eu iria fazer o que estava pedindo, nesse momento senti muito medo, mas levantei-me, com as mãos elevadas, abri rapidamente a gaveta, peguei o malote, coloquei o dinheiro e afastei-me, ficando em pé, com o rosto virado pra parede, enquanto a outra colega que atendia no outro caixa, terminava de colocar o dinheiro no malote e entregava ao assaltante; assim que escutei o som da porta giratória por onde os assaltantes saíram, virei, olhei todos deitados no chão, exceto a colega caixa que ainda em pé, com as mãos na cabeça, falava "minha nossa"!, então falei que todos poderiam levantar, pois os assaltantes já haviam saído e pedi para avisarem a polícia. Foi aí que olhei pra colega que havia colocado dinheiro no malote para os assaltantes, também e comecei a chorar, dar gargalhadas e tremer ao mesmo tempo, até que consegui ficar mais calma e fomos fechar os caixa para ver o quanto tinham levado em espécie, para passar o valor aos policiais que já estavam na agência. Resultado passamos a tarde toda na delegacia prestando depoimento e fazendo reconhecimento de alguns bandidos que tem ficha na polícia, que estavam nas imediações e foram pegos, mas não reconhecemos nem um deles e também tinha o detalhe, que um deles estava ferido, sem a menor possibilidade de ter participado desse assalto. Trabalhei nesse banco de dezembro de 1997 a outubro de 2004, passei por dois assalto e escapei de dois, o segundo bastou para que eu passasse a sofrer de síndrome do pânico, que pretendo dividir com todas as pessoas que se interessarem por esse assunto, tanto no sentido de exemplo de lição de vida, força, coragem e superação, quanto para quem está passando por essa situação e acha que não vai conseguir, pois eu digo que tudo é possível e pra tudo há sempre solução, ontem quando assistia ao Jornal da Globo, lembraram novamente do caso daquele menino que foi arrastado no carro preso pelo cinto de segurança, onde informavam o tempo de pena que cada participante do crime terá que cumprir e a gente fica pensando, como é triste porque, tudo que for feito não vai trazer de volta a vida e nem apagar da memória dos pais tal situação, mas como sempre temos que buscar forças do cósmico, para continuar tendo coragem para viver e construir outras realidades, então, que assim seja!; muitas pessoas passam por inúmeras situações e há sempre algo mais triste e pior, por isso mais do que nunca sejamos positivos e otimistas, porque o universo é formado e constituído de muita energia e é essa energia que precisa ser transformada em nós, para refletir em tudo que está em nossa volta para que a humanidade aprenda a ser humana de verdade e compreender que o bem é o único caminho real e verdadeiro a ser seguido, dentro desse processo de humanização.

Um comentário:

Dr. Paulo Pereira disse...

Hoje em dia, o que se vê é que muito se fala sobre a síndrome do pânico, mas poucos conhecem realmente sobre o tratamento e sua eficácia.

Quando a ansiedade torna-se patológica passamos a considerá-la um sintoma ou um transtorno, e daí podemos incluí-la num grupo de distúrbios, ora denominados TRANSTORNOS ANSIOSOS.

Mas o pânico pode e deve ser tratado assim que você notar os sintomas, pois em questão de semanas poderá ter a melhora tão desejada.

Será que eu tenho transtorno do pânico?

- Se você já se perguntou isso nos últimos dias, ou passou por atendimentos de emergência em que os exames cardiovasculares vieram todos com resultado "normal", ou seja, sem alterações cardiológicas, é provável que você tenha algum dos muitos transtornos ansiosos, como ansiedade generalizada, pânico, agorafobia, etc...
Portanto, procure um serviço especializado em psiquiatria, tire todas suas dúvidas e comece a tratar, pois um transtorno psiquiátrico leve sem tratamento por longo prazo acaba transformando-se num complicador da qualidade de vida de importância enorme para qualquer indivíduo.

Maiores informações: http://drpaulopereira.com/panico-estress/